sábado, 2 de setembro de 2006

Abre a pernoca que lá vem ele

Até há alguns anos, o orgasmo feminino, além de passar despercebido (diziam elas) para a própria mulher, era totalmente desconsiderado por qualquer homem. Sim, talvez há mais tempo que alguns anos.
Durante séculos, o facto de não ser totalmente descarado e impossível de encobrir como o masculino, o orgasmo feminino não era sequer considerado como reacção física ou orgânica, do prazer feminino.
Hoje, depois de muita especulação à volta do orgasmo feminino e de todas as suas formas simuladas ou fingidas, posso chegar a uma simples conclusão: o homem raramente se apercebe do sucedido, ou sucedidos, e mesmo que tenham tentado, durante décadas, convencer-nos de que não se importam com o facto deles existirem ou não. Cada vez mais a mulher descobriu o seu prazer, a maneira de o conseguir e a habilidade masculina de o proporcionar. A partir dessa descoberta, também essa passou a ser uma das condicionantes a ter em conta na factura da relação.
Continuo a fingi-los, continuo a descobrir cada vez mais, tudo o que me pode proporcionar mais e melhor prazer e continuo a deixar que os homens acreditem que a sua prestação foi a melhor que já encontrei. Faz parte do charme feminino, e alimenta o orgulho masculino que, como sabemos, pode determinar sempre a próxima vez. Para o bem e para o mal, convém sempre que eles fiquem satisfeitos com eles próprios e, já que estão ali, que façam o que têm a fazer.
E se havia dúvidas de que o prazer da mulher aumentava depois de acabar os vintes, quem vai lá chegando, vai confirmando, a pouco e pouco que não podia ser mais verdade. Além de saber distinguir bem mais lucidamente tudo o que se passa do outro lado da cama, o corpo começa a pedir alegrias que até há bem pouco tempo nem faziam grande diferença. Também já não chega ser atlética e ágil, formosa e bonita, há que ter habilidade para conseguir tornar uma das situações mais íntimas e ao mesmo tempo (tantas vezes) embaraçosas, num movimento sexy e aparentemente natural.
Não aguento ver mulheres a deixarem-se ficar em longas relações ou casamentos, em que o desejo e o encanto da criatividade, dá lugar ao hábito de estar ali e cumprir a sua função. Por favor, já lá vai o tempo em que a mulher servia para deitar de costas e afastar as pernocas para “aceitar” o dever da reprodução e continuidade da espécie.


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