quarta-feira, 10 de dezembro de 2003

NÃO HÁ PACIÊNCIA

Invariavelmente me irrita continuar, ao longo dos anos, a ler nas mais diversas listas de pratos de restaurante, vulgarmente chamadas de menú, a expressão mais disparatada e ainda por cima, ultrapassada, que é: "Fruta da época".
Gggggrrrrrrrrr!!!
Mas o que vem a ser isto afinal?! Além de ter de decidir o que vou eleger para terminar a minha refeição, ainda tenho de fazer uma ginástica mental para, quem diria, associar um fruto à época do ano em que estamos. Ou seja, antes de ter o meu leque de escolha, tenho de pensar em que época do ano estou e que frutos se dão por ora. Ou até, aceder à memória e pensar se foi um Inverno muito humido ou um Verão demasiado seco, onde, afinal, os morangos atrasaram a colheita, e por consequência a sua época, este ano, não será a mesma do transacto.
Por estes tempos, convenhamos que valia ainda a pena descriminar que "fruta da época" será. Podemos antever o dia em que já deviamos ler "fruta da época em Espanha" ou até "fruta da época na África do Sul". Aí sim, o desafio ao raciocínio seria já considerável. Isto numa altura em que grande parte da fruta consumida no nosso país, é importada.
Não seria, por ventura, mais simples, escrever 4 ou 5 palavras, mesmo se mudassem todos os dias?!...digo eu.
Já nem vou falar no eterno "Doce da casa", que obriga sempre a uma consulta antecipada do empregado de mesa..."Olhe, desculpe, pode dizer-me, por favor, se não se importa, qual é o Doce da casa?...Obrigada, desculpe!"