Porque é que já não fico surpreendida com as declarações de Luís Figo?!
Em Portugal ultimamente perdeu-se o pudor para se dizer o que se quer e se entende, possa isso ser mais ou menos ofensivo seja para quem for, ou até para o país em geral. Já se fala de toda a gente, já se dizem nomes displicentemente, como se uma frase fora do contexto ou até sem ele, não pudesse arruinar uma carreira, uma família ou pelo menos uma cabeça.
O futebol é apenas um espelho do que à nossa volta se repete todos os dias. Já se fazem renuncias à Selecção Nacional, e perguntamos nós, onde é que isto já se viu? Onde é que um jogador ainda em plena forma, titular do seu clube, se dá ao luxo, ou deverei dizer desplante, de renunciar envergar o emblema do seu país? Onde é que chegámos? Perdeu-se o respeito e a moral, o valor de uma bandeira, que dizem (e parece que sim), muito custou a conquistar. Perdeu-se o respeito pelo próximo, seja ele culpado, suspeito ou apenas mais um nome para baralhar e tirar algum peso dos ombros de quem o faz.
Em Portugal hoje confunde-se liberdade de expressão com liberdade de cabrão - desculpem o meu léxico vulgar - para fazerem valer as ideias, fracas e sem defesa. Não sendo defensora da exaltação do Passado para justificar a falta de Presente, sou absolutamente fundamentalista no que toca à Gratidão. Eles esquecem-se tantas vezes disso que chega a doer, mas isto sou eu a dizer...
terça-feira, 14 de setembro de 2010
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