quarta-feira, 7 de junho de 2006

Desamor?!

Amores que pairam no ar, amores que nunca chegam a existir porque nunca chega a hora e o momento certo, porque ainda não é agora, porque não pode ser já. E o tempo não espera, não contempla desculpas ou atrasos.
Amores que nos deixam de rastos num dia e no dia seguinte parece que nada aconteceu, sem nunca perderem a força. Um amor que é verdadeiro nunca nos dói até ao dia em que nos deixa. Antes tudo parece perfeito, tudo parece bater certo e fazer sentido. Não há exactidões nem palavras com sentido, há lugares, há sons que despertam a memória, o olhar, todos os sentidos.
Gostava de te ter no meu olhar, ou num dos meus sentidos, fosse ele qual fosse.
Amores que se atravessam, amores que nunca o chegam a ser porque não têm espaço para existirem, nem tempo, nem ordem, nem donos. Amores que não pedem licença, não têm direito nem memória. Num olhar perdem todos os adereços, todos os enfeites, todas as defesas de que se muniram para lutar contra o objecto de seu desfavor, o seu eterno orgulho, o seu amor.

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