sexta-feira, 6 de novembro de 2009

onde?

para onde se vai quando de cai de um sonho abaixo? Quem apanha os restos? Quem os vai entregar ao familiar mais próximo?
Quando os sonhos acabam e vão lá para onde os sonhos moram, fica sempre alguma coisa esquecida, tal como num quarto de hotel, onde sobra sempre uma meia, uma escova ou uma camisa de dormir, perdidos em locais que a mala de viagem não arrecadou e deixa como rasto do que se viveu ali.
Também nos sonhos é assim, o que resta é o que guardamos, o que recordamos. Por vezes as partes boas, outras vezes as más, depende da maneira como terminam os sonhos e chegam as realidades cruas. Depende da velocidade com que caímos dali abaixo. A voar ou aos trambolhões, cair implica quase sempre descer, mesmo que se volte a subir de seguida, para não ganhar medo. O medo que nos afasta de tentar, tentar de novo ou tentar outra vez, mesmo que magoados, mesmo que doridos ou muito sofridos. O medo que nos impede de arriscar, de poder cair outra vez, mas de outra maneira. O medo que não nos deixa aprender e voltar subir, voltar a sonhar.

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