terça-feira, 27 de outubro de 2009

regatear

Encontrei algo que me pertencia, algo que já senti, algo que já foi meu. Como posso eu pedi-lo de volta, como posso eu provar que já foi meu, que já senti, que o perdi nem sei bem porquê?! Como posso apresentar provas de que há coisas que me saíram bem do fundo, do mais longe que conheço de mim?!
Não posso, posso apenas implorar, dizer que conheço alguns sinais e marcas de vacinas, ou até cicatrizes que deixaram marcas onde o tempo não passou. Posso dizer que te sinto, que os meus braços e o meu coração anunciam a tua chegada, mesmo antes de apareceres, que se fosse um cão, abanava a cauda, que a minha pele se arrepia com a lembrança do teu nome.
Quero voltar à casa partida, e mesmo sem ganhar dois contos, ir directa para a prisão onde te encontrarei e de onde não vou desejar sair até que respires o mesmo ar do que eu. Tenho ar a mais à minha volta, tanto ar que me sinto sufocada.

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