quarta-feira, 9 de setembro de 2009

aqui.

(photos:miss green)
Já aqui estive no dia 2/02/02, lembro-me que estava triste e desmoralizada como não tinha memória de estar. Tinha acabado de perder um trabalho que algumas horas antes me tinham dito que era meu. Enfim, mais tarde revelou-se ter sido uma bênção essa perda, revelou-se uma sorte não ter ganho o lugar.
Hoje, mais de sete anos depois, e embora a minha vida não tenha mudado substancialmente, estive aqui, neste mesmo sítio a 9/09/09.
Pelo meio foram muitas as vezes que aqui estive, ora á procura de respostas, ora á procura de um local onde, com a calma que me transmite, me deixasse questionar. Já aqui vim á procura de nada, apenas de estar comigo. Já aqui vim para chorar. Já aqui trouxe algumas das pessoas mais importantes da minha vida. Já aqui respirei o amor, já aqui beijei a paixão, já aqui abracei a saudade.
E não me cansa, o sítio, a vista incomparável sobre a cidade que de facto amo, a energia, a calma...e por vezes o vento. Descansa-me como se entrasse num mundo paralelo onde não me conseguissem tocar e nada me conseguisse fazer doer. Marca-me sempre vir aqui, marca-me sempre este cheiro, estas cores de Lisboa, este ar. De dia ou de noite, feliz, triste, de sorriso em riste ou no fundo do poço, muitas foram as palavras que levei deste silêncio, desta Paz. A Senhora (do Monte) já fez muito mais por mim do que alguma vez Imaginará. Já me Ouviu, já me Olhou, já me Questionou, já me Respondeu e já me Limpou lágrimas que por vezes pareciam não ter fim. No entanto, sempre o têm, há sempre um fim, que também é um início ou reinício. Um ponto final parágrafo e vira a página, ou apenas uma vírgula.
Tudo aqui, algumas vezes em breves momentos, algumas outras em horas não contadas, mas marcadas pelos sinos das igrejas que não sei distinguir. Só eles dizem que o tempo aqui também passa, porque comigo ele pára e afasta-se da realidade, que recomeça no momento em que a chave do carro roda na ignição e tudo volta ao seu ritmo, ao seu jeito de ser, real e finito como todos os outros tempos, como todas as outras realidades. Aqui.

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