quinta-feira, 17 de julho de 2008

erro de calendário

Ao longo da nossa vida cruzamo-nos mais do que uma vez com pessoas que poderiam ficar na nossa vida para sempre, ou pelo menos até ao mês que vem. No entanto, pelas mais diversas razões, ou até sem razão nenhuma, desvanece-se o que parecia alinhado. Por falar muitas vezes, por falar poucas vezes, por não falar, por não ter tempo para encontros, por não ter cabeça para ir ao cinema, por não ter dinheiro para ir jantar fora, por não ter carro, e por ai adiante, o interesse vai-se diluindo e acabam por ficar apenas algumas recordações. Hoje, as relações precisam de toda uma conjuntura para que funcionem, ou pelo menos para que comecem. Se a vida não nos fizer cruzar por obrigação, por trabalho ou por acaso, e não nos fizer tropeçar constantemente na mesma pessoa, é muito provável que não seja oportuno, não haja tempo nem disposição, para mudar os nossos trajectos e encontrar algo que nem sabemos o que é, ou seja, mudar de rumo sem ter um objectivo. Os encontros parecem fazer mais vezes sentido se forem apenas por acaso, muito mais nos deixam a pensar, muito mais nos questionam, principalmente se se repetirem.
Numa outra altura, num outro lugar, uma outra pessoa, e tudo faria sentido, tudo parecia encaixar como desenhado de propósito. Há vezes em que tinha tudo para dar certo, mas não deu, nem certo nem errado, não deu nada. Porque não era agora, porque não era ali, porque não se estava disponível, porque ainda há alguém a povoar as ideias, porque daqui a nada se vai de férias, porque, porque, porque. Quinze dias depois liga-se e já tudo se apagou. Já não apetece. Mas agora é que era.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

facto #2


Amar não é um compromisso, é uma consequência.
(photo: ???)

terça-feira, 15 de julho de 2008

almofadas de sorrisos menos felizes

À minha Kitty de estimação:


Há coisas que nos custam a aceitar, um acidente, uma falha, um acaso, outras há que além de custarem a aceitar, deixam marcas para sempre. Algumas mais profundas outras mais visíveis, umas felizes outras nem tanto. Importa reter o que aprendemos, o que vivemos, o que sentimos. Importa principalmente arrumar os restos e as ideias para não correr o risco de tropeçar algures no tempo, numa memória desarrumada que se atravessou à nossa frente.
Quanto mais tempo passa, mais gavetas precisamos e mais arrumadinhas têm de estar. Um dia vamos naturalmente poder mudar o guarda-roupa para sempre, porque o Inverno já não volta.
Não há atalhos para esquecer, na realidade nem interessa esquecer, interessa sim arrumar o que passou para, mais tarde ou mais cedo, poder guardar e usar outro presente, outras alegrias, outras chatices (inevitavelmente), outras ideias, que seja. No futuro, que é a partir de ontem, há outros locais para ir, mais longe, mais bonitos, mais felizes. Hoje nem tudo faz sentido, é natural, mas dia a dia, a estrada vai parecer mais longa e bem melhor alcatroada. Amanhã ainda é cedo, mas é já tempo de saberes que o teu caminho ainda agora começou, mas que dele sempre farão parte algumas pessoas que acolheste no teu coração, nas tuas nuvens saltitantes, nas tuas almofadas de sorrisos, nos teus sonhos de algodão, ou nos teus beijos doces com elefante saltitantes. Serão elas que te farão sombra, quando no teu caminho, a estrada tiver demasiado Sol, serão elas que trarão a ovelha e a lã para o teu casaco de Inverno, serão elas que se transformarão em esponja, quando as lágrimas parecerem inundar o mundo. Eu sou uma Ela, e sei que assino por mais umas quantas, porque não estás sozinha e estamos sempre a começar algo. E é isso que nos indica qualquer fim, um novo início…dos bons, sempre melhor…e sem ser preciso passares na Casa Partida e ganhar 2 contos.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

facto #1







(photo:???)


O coração é como o papel, não pode ficar muito tempo molhado que enruga.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

A responsabilidade do Tempo

Deixamos que o tempo resolva tudo, que o tempo nos dê respostas, nos faça ver as coisas de outra maneira, às vezes como elas são, às vezes como elas nos passaram ao lado, enquanto deixamos o tempo passar.
Deixamos que o tempo faça tirar as nódoas da roupa, as nódoas negras, o amachucado que não levou ferro. Damos ao tempo o poder de nos fazer esquecer um amor, de nos tirar as dores, as mazelas, as feridas. Tudo acaba por passar, com o tempo.
Será que há tempo para tudo isto? Será que temos tempo para deixar que seja o tempo a fazer tudo isto por nós?
Nós que vivemos a urgência do fazer, do ter, do querer, deixamos tudo isto longe das nossas mãos e tantas vezes longe da nossa vista, entregue assim, de mão beijada ao tempo?

sábado, 5 de julho de 2008

Como se...#3

Toquei-te, como se fosse a primeira vez
e era

Abracei-te, como se não conhecesse o teu corpo
e não conhecia

Beijei-te, como se te contasse alguns segredos
e contei

Despedi-me, como se daqui a nada te voltasse a ver
mas não vi