sábado, 24 de novembro de 2007
Carta aberta a Vítor Baía - Parte X
Ninguém me tira da ideia que o grande querido fez o contrário dos amigos Luís Figo e Rui Costa, que se retiraram da selecção para se dedicarem a 100% aos seus respectivos clubes. Ninguém me tira da ideia que você se retirou do seu clube para se dedicar a 100% à selecção!!! E agora? Está à espera de ser convocado, certo?!
segunda-feira, 27 de agosto de 2007
Devolução
Haverá alguma maneira de fazer uma devolução de emoções?
Queria devolver várias. Devolver mesmo, para que voltem às prateleiras e alguém as possa levar para casa de novo.
Estão em bom estado, impecáveis, quase como novas, algumas delas acabadas de estrear. Não têm fotografias rasgadas nem discos partidos. Têm algumas músicas mais gastas de tanto ouvir, mas ainda tocam com a letra completa e intacta.Têm alguns filmes que não foram vistos, outros tirados do plástico da loja.
Estas emoções só tiveram um dono, mas não têm origem controlada nem garantia de durabilidade.
Têm colos quentinhos, chocolates e gomas, com prazo de validade acabado de ultrapassar. Não se aconselha, por isso, o seu consumo.
Devolvem-se intactas e embaladas em vácuo. Levam sorrisos, muitos sorrisos, e lágrimas, demasiadas, mas que podem ser usadas para outros fins.
Levam palavras bonitas e outras sem sentido, que ao misturar podem causar alguns efeitos secundários.
Estas emoções contêm ainda alguns presentes, algumas surpresas, mas tudo sem instruções de utilização.
Aguardo pretendentes à aquisição, que não carece de fiador. Garanto portes de envio.
Queria devolver várias. Devolver mesmo, para que voltem às prateleiras e alguém as possa levar para casa de novo.
Estão em bom estado, impecáveis, quase como novas, algumas delas acabadas de estrear. Não têm fotografias rasgadas nem discos partidos. Têm algumas músicas mais gastas de tanto ouvir, mas ainda tocam com a letra completa e intacta.Têm alguns filmes que não foram vistos, outros tirados do plástico da loja.
Estas emoções só tiveram um dono, mas não têm origem controlada nem garantia de durabilidade.
Têm colos quentinhos, chocolates e gomas, com prazo de validade acabado de ultrapassar. Não se aconselha, por isso, o seu consumo.
Devolvem-se intactas e embaladas em vácuo. Levam sorrisos, muitos sorrisos, e lágrimas, demasiadas, mas que podem ser usadas para outros fins.
Levam palavras bonitas e outras sem sentido, que ao misturar podem causar alguns efeitos secundários.
Estas emoções contêm ainda alguns presentes, algumas surpresas, mas tudo sem instruções de utilização.
Aguardo pretendentes à aquisição, que não carece de fiador. Garanto portes de envio.
sábado, 25 de agosto de 2007
Com um brilhozinho (turvo) nos olhos
"...corremos estores
pusemos a rádio no On
acendemos a já costumeira velinha de igreja
pusemos no Off o telefone
e olha, não dá pra contar
pois sei que tu sabes aquilo que sabes que eu sei"
é que hoje 'desfiz' um amigo
e coisa mais desgostosa no mundo não há.
pusemos a rádio no On
acendemos a já costumeira velinha de igreja
pusemos no Off o telefone
e olha, não dá pra contar
pois sei que tu sabes aquilo que sabes que eu sei"
é que hoje 'desfiz' um amigo
e coisa mais desgostosa no mundo não há.
quarta-feira, 15 de agosto de 2007
Uma questão de nome
No meu tempo, vá lá, no tempo em que as crianças ainda tinham dois nomes próprios, o nome Rita era muito vulgar. Tal como Ana, Inês, Sandra, Susana, Pedro, João, Miguel e por aí adiante. Maria era um nome feio e nenhuma rapariga o queria para segundo nome, quanto mais para primeiro. Todas as crianças tinha um segundo nome que normalmente ficava mal com o primeiro, com Pedro Alexandre, João Carlos, ou Miguel Ângelo, para não falar da Carla Alexandra, Sandra Cristina ou Luísa Margarida. Mas era considerado normal e no colégio as crianças eram conhecidas por esses dois nomes.
Hoje, mesmo que a criança ainda tenha três ou quatro anos, já é a Maria Gonçalves Pereira ou o Afonso Oliveira e Sá. Claro que facilita a distinção, já que uma boa percentagem das meninas se chama simplesmente Maria.
Maria passou também a ser um nome vulgar nos rapazes, embora sempre como segundo nome, pelo menos até aos dezoito anos!!
Até aqui tudo bem, são modas, são gerações diferentes, antes do meu tempo também todas as meninas tinham Maria como (quase) prefixo do nome. Ninguém as tratava sequer por Maria-qualquer-coisa, o Maria era totalmente simbólico e quase obrigatório, mas sempre em primeiro. O meu avô quis ser um erudito e tentou pôr Maria como segundo nome à minha mãe, mas o registo não autorizou e, como todas as outras, levou com o prefixo feminino Maria.
Tudo isto são nomes, têm fases, vão e voltam aos registos mais, ou menos, frequentemente.
Onde eu queria chegar era à publicidade, e questionar o facto de em qualquer spot que seja, tenha o target que tiver, há sempre uma Rita algures.
Eu tenho para mim que tudo começou quando a outra criancinha resolveu subir para cima da Marguerita, e a mãe mandava-a descer dali, que ainda arranjava um 31.
Hoje em dia, na rádio, televisão ou imprensa escrita leva com uma Rita escarrapachada. Seja a criancinha suja a quem a mãe "já explicou a importância de lavar as mãos", as chatas amigas do trrimm trrimm da tv cabo ou até, a Rita que já teve 240 de colestrol e, imaginem, a Rita e o Tiago em que um deles é incontinente e usa Lindor...mas ninguém percebe qual deles é!
Não acho isto normal!!! Vamos a uma qualquer lista de nomes portugueses, tipo lista telefónica, por exemplo, e há tantos nomes, tantos nomes, porquê senhores publicitários, andarem sempre com a Rita...na ponta da língua?!
Se ainda fosse ao contrário...as Ritas de certeza que agradeciam!!Bem-haja
Hoje, mesmo que a criança ainda tenha três ou quatro anos, já é a Maria Gonçalves Pereira ou o Afonso Oliveira e Sá. Claro que facilita a distinção, já que uma boa percentagem das meninas se chama simplesmente Maria.
Maria passou também a ser um nome vulgar nos rapazes, embora sempre como segundo nome, pelo menos até aos dezoito anos!!
Até aqui tudo bem, são modas, são gerações diferentes, antes do meu tempo também todas as meninas tinham Maria como (quase) prefixo do nome. Ninguém as tratava sequer por Maria-qualquer-coisa, o Maria era totalmente simbólico e quase obrigatório, mas sempre em primeiro. O meu avô quis ser um erudito e tentou pôr Maria como segundo nome à minha mãe, mas o registo não autorizou e, como todas as outras, levou com o prefixo feminino Maria.
Tudo isto são nomes, têm fases, vão e voltam aos registos mais, ou menos, frequentemente.
Onde eu queria chegar era à publicidade, e questionar o facto de em qualquer spot que seja, tenha o target que tiver, há sempre uma Rita algures.
Eu tenho para mim que tudo começou quando a outra criancinha resolveu subir para cima da Marguerita, e a mãe mandava-a descer dali, que ainda arranjava um 31.
Hoje em dia, na rádio, televisão ou imprensa escrita leva com uma Rita escarrapachada. Seja a criancinha suja a quem a mãe "já explicou a importância de lavar as mãos", as chatas amigas do trrimm trrimm da tv cabo ou até, a Rita que já teve 240 de colestrol e, imaginem, a Rita e o Tiago em que um deles é incontinente e usa Lindor...mas ninguém percebe qual deles é!
Não acho isto normal!!! Vamos a uma qualquer lista de nomes portugueses, tipo lista telefónica, por exemplo, e há tantos nomes, tantos nomes, porquê senhores publicitários, andarem sempre com a Rita...na ponta da língua?!
Se ainda fosse ao contrário...as Ritas de certeza que agradeciam!!Bem-haja
domingo, 12 de agosto de 2007
Um golo do Caneco!
Uma final, uma taça!
Ao fim de 24 jogos consecutivos sem perder, Paulo Bento faz levantar o caneco, o segundo do seu reinado do outro lado do banco, o lado que veste fato e gravata.
Ismailov, acabadinho de chegar de Marco de Canavezes, como o próprio nome indica, começou a sua carreira de leão ao peito, literalmente com o pé direito, num golaço daqueles que chegam aos clubes nos vídeos de promoção dos jogadores. Um golo literalmente do caneco!
É claro que não foi só uma Taça, foi um carago de uma Taça contra o Puorto, onde as vitórias são como "escovar os dentes"!
Dentistas nortenhos, abram alas, não para o Noddy, mas para as 63 cáries que vêm aí dos lados do Olival, que isto até até à próxima vitória ainda vai doer!!! Bem-haja e nada de chicletes!
Ao fim de 24 jogos consecutivos sem perder, Paulo Bento faz levantar o caneco, o segundo do seu reinado do outro lado do banco, o lado que veste fato e gravata.
Ismailov, acabadinho de chegar de Marco de Canavezes, como o próprio nome indica, começou a sua carreira de leão ao peito, literalmente com o pé direito, num golaço daqueles que chegam aos clubes nos vídeos de promoção dos jogadores. Um golo literalmente do caneco!
É claro que não foi só uma Taça, foi um carago de uma Taça contra o Puorto, onde as vitórias são como "escovar os dentes"!
Dentistas nortenhos, abram alas, não para o Noddy, mas para as 63 cáries que vêm aí dos lados do Olival, que isto até até à próxima vitória ainda vai doer!!! Bem-haja e nada de chicletes!
terça-feira, 7 de agosto de 2007
Amiga é um termo dúbio
O envolvimento, a paixão, o amor, dê-se o nome que se quiser, nunca chega adiantado, nunca chega antes do tempo. E que tempo é esse?
É o tempo que precisamos para racional ou conscientemente chegar à conclusão que há uma pessoa (ou passou a haver) na nossa vida, que é diferente das outras aos nossos olhos, pelo menos num qualquer momento.
Para entrar nas coronárias de alguém é preciso muito, como mais ou menos tempo, mas muito. Muito que pode começar por tão pouco, por um aperto de mão mais demorado, com uma palavra dita na altura certa, um olhar cúmplice, ou um conjunto de abraços, discussões e colos que garantem o carinho, os olhos fechados num beijo, um cantinho reservado numa cama já quente.
Não há receitas, não há caminhos mais curtos ou soluções definitivas, não há ponteiros a atropelarem-se em relógios que nos dão sempre o mesmo tempo, embora por vezes pareça parado ou demasiado apressado. O tempo é o mesmo, hoje é hoje e amanhã logo se vê. É tão ténue a linha que nos liga ao fim.
Porque é que nem sempre aproveitamos ou contamos a história, mesmo que comece a meio do livro?
É o tempo que precisamos para racional ou conscientemente chegar à conclusão que há uma pessoa (ou passou a haver) na nossa vida, que é diferente das outras aos nossos olhos, pelo menos num qualquer momento.
Para entrar nas coronárias de alguém é preciso muito, como mais ou menos tempo, mas muito. Muito que pode começar por tão pouco, por um aperto de mão mais demorado, com uma palavra dita na altura certa, um olhar cúmplice, ou um conjunto de abraços, discussões e colos que garantem o carinho, os olhos fechados num beijo, um cantinho reservado numa cama já quente.
Não há receitas, não há caminhos mais curtos ou soluções definitivas, não há ponteiros a atropelarem-se em relógios que nos dão sempre o mesmo tempo, embora por vezes pareça parado ou demasiado apressado. O tempo é o mesmo, hoje é hoje e amanhã logo se vê. É tão ténue a linha que nos liga ao fim.
Porque é que nem sempre aproveitamos ou contamos a história, mesmo que comece a meio do livro?
quarta-feira, 25 de julho de 2007
sky shouldn't be the limit
ao J:
Mas o céu foi mesmo o limite. Para lá do que se esperava, para lá do que era suposto, para lá das desculpas.
Já não há nada que o faça voltar, já não há explicações que atenuem a dor de perder alguém que foi antes do tempo.
A tua cabeça baixa, as tuas lágrimas, o teu inconformismo espelhava-se no olhar de todos os que ali estavam. Não há nada que o traga de volta e nos faça voltar para casa como se nada tivesse acontecido há sete dias.
As pessoas que se amam não se deixam, não partem, apenas nos deixam de visitar e ficam à nossa espera até ao dia em que o céu ou a terra, seja também o nosso limite. Quem nos ama não nos perde de vista, o amor não se esconde, pode apenas ficar mais longe.
Não há palavras, não há abraços, não há afectos que diminuam o sofrimento de uma família que perdeu um dos seus ramos mais altos e mais fortes. Não há nada neste mundo que possa garantir que daqui a uma semana, daqui a um mês ou dois, tudo vai ser diferente, porque simplesmente não vai. A árvore fica mais fraca, perde os frutos da próxima estação, mas tem de continuar de pé. Porque os que ficam, os que agora choram sem consolo que chegue, têm de ir buscar forças às raízes, ao tronco em que cresceram, e a tudo o que ficou para trás. Houve tanta coisa boa, tantas alegrias, tantas emoções, que sem ele, até aqui, também teriam sido diferentes. Ele estava cá, fez parte de toda a construção e fez com que todos à sua volta ficassem também com um bocadinho dele.
Não há regras para a vida e a morte aproveita-se disso.
Não há regras para viver e nós desperdiçamos demais.
Nestas alturas em que nos sentimos pequenos e inúteis para confrontar o destino, percebemos que a maior parte do tempo gastamos emoções à toa, perdemos tempo demais com problemas inúteis, que nos gastam energia e palavras desmedidas.
Não tenho palavras que te ajudem, porque tudo o que ouves ainda hoje, é o teu coração apertado demais para sentir seja o que for.
Não tenho talento nem capacidade para inventar o que quer que seja que te ajude a superar, o que só o tempo ajudará a atenuar.
Não quero ser o ombro chato a pedir que te encostes, porque tu tens o teu tempo, tens o teu espaço, o teu silêncio, a dor que só tu saberás gerir.
No dia em quiseres voltar cá estarei, no dia em quiseres falar ou responder, serei ouvidos ou teclado.
E porque não há nada que apresse uma dor, o compasso será sempre certo, porque só assim voltarás a ser e a estar outra vez, como dantes.
Aqui, agora e sempre,
Érre
Mas o céu foi mesmo o limite. Para lá do que se esperava, para lá do que era suposto, para lá das desculpas.
Já não há nada que o faça voltar, já não há explicações que atenuem a dor de perder alguém que foi antes do tempo.
A tua cabeça baixa, as tuas lágrimas, o teu inconformismo espelhava-se no olhar de todos os que ali estavam. Não há nada que o traga de volta e nos faça voltar para casa como se nada tivesse acontecido há sete dias.
As pessoas que se amam não se deixam, não partem, apenas nos deixam de visitar e ficam à nossa espera até ao dia em que o céu ou a terra, seja também o nosso limite. Quem nos ama não nos perde de vista, o amor não se esconde, pode apenas ficar mais longe.
Não há palavras, não há abraços, não há afectos que diminuam o sofrimento de uma família que perdeu um dos seus ramos mais altos e mais fortes. Não há nada neste mundo que possa garantir que daqui a uma semana, daqui a um mês ou dois, tudo vai ser diferente, porque simplesmente não vai. A árvore fica mais fraca, perde os frutos da próxima estação, mas tem de continuar de pé. Porque os que ficam, os que agora choram sem consolo que chegue, têm de ir buscar forças às raízes, ao tronco em que cresceram, e a tudo o que ficou para trás. Houve tanta coisa boa, tantas alegrias, tantas emoções, que sem ele, até aqui, também teriam sido diferentes. Ele estava cá, fez parte de toda a construção e fez com que todos à sua volta ficassem também com um bocadinho dele.
Não há regras para a vida e a morte aproveita-se disso.
Não há regras para viver e nós desperdiçamos demais.
Nestas alturas em que nos sentimos pequenos e inúteis para confrontar o destino, percebemos que a maior parte do tempo gastamos emoções à toa, perdemos tempo demais com problemas inúteis, que nos gastam energia e palavras desmedidas.
Não tenho palavras que te ajudem, porque tudo o que ouves ainda hoje, é o teu coração apertado demais para sentir seja o que for.
Não tenho talento nem capacidade para inventar o que quer que seja que te ajude a superar, o que só o tempo ajudará a atenuar.
Não quero ser o ombro chato a pedir que te encostes, porque tu tens o teu tempo, tens o teu espaço, o teu silêncio, a dor que só tu saberás gerir.
No dia em quiseres voltar cá estarei, no dia em quiseres falar ou responder, serei ouvidos ou teclado.
E porque não há nada que apresse uma dor, o compasso será sempre certo, porque só assim voltarás a ser e a estar outra vez, como dantes.
Aqui, agora e sempre,
Érre
quarta-feira, 18 de julho de 2007
Fim da espera!
ao Carlos e à Ritinha:
Esta espera chegava para duas ou três novas vidas, e nem para a tua ainda chegou, nem para uma dúvida que podia já existir. A incerteza, a angústia e a tristeza que me consomem, afogo-as num casamento feliz, onde só tu fazes ainda tanta falta.Encontro um pouco de ti em todas as crianças...
in Amar Demais, 2005
_________________________________________
Eles chegaram, vinham os dois de mão dada e a sorrir, como se tivessem acabado de encontrar todo o passado que não tiveram.
Têm a vida toda pela frente para compensar os primeiros anos em que ainda não vos conheciam. Não me canso de dizer o quanto feliz fiquei com a notícia. Não me canso de sublinhar a sorte que tiveram em encontrar dois colos como os vossos.
Tenho a certeza que ao fim de alguns dias já pareciam que tinham estado ali a vida toda, porque é tão fácil uma pessoa sentir-se bem ao vosso lado, quanto mais ao vosso colo.
As crianças são genuínas e estavam mais que prontas para vos receberem. Uma criança não recusa o amor, e se houvesse medida para o vosso, era de certeza numa escala gigante.
Um amor como o vosso que não precisa de cordão umbilical.
Numa semana de extremos emocionais, esta foi das melhores notícias que podia ter tido.
PARABÉNS!
Esta espera chegava para duas ou três novas vidas, e nem para a tua ainda chegou, nem para uma dúvida que podia já existir. A incerteza, a angústia e a tristeza que me consomem, afogo-as num casamento feliz, onde só tu fazes ainda tanta falta.Encontro um pouco de ti em todas as crianças...
in Amar Demais, 2005
_________________________________________
Eles chegaram, vinham os dois de mão dada e a sorrir, como se tivessem acabado de encontrar todo o passado que não tiveram.
Têm a vida toda pela frente para compensar os primeiros anos em que ainda não vos conheciam. Não me canso de dizer o quanto feliz fiquei com a notícia. Não me canso de sublinhar a sorte que tiveram em encontrar dois colos como os vossos.
Tenho a certeza que ao fim de alguns dias já pareciam que tinham estado ali a vida toda, porque é tão fácil uma pessoa sentir-se bem ao vosso lado, quanto mais ao vosso colo.
As crianças são genuínas e estavam mais que prontas para vos receberem. Uma criança não recusa o amor, e se houvesse medida para o vosso, era de certeza numa escala gigante.
Um amor como o vosso que não precisa de cordão umbilical.
Numa semana de extremos emocionais, esta foi das melhores notícias que podia ter tido.
PARABÉNS!
sexta-feira, 25 de maio de 2007
Às vezes (não ) o amor
Às vezes apetece-me desistir. Desistir de algumas pessoas que já não encaixam no meu caminho, desistir de alguns objectivos que teimo alcançar, desistir de ser eu por uns tempos, pôr o meu lugar à disposição e ficar só do outro lado a ver. Ser mais severa, menos próxima das pessoas, mais fria, não correr atrás das emoções, como quase sempre faço.
Apetece-me ver as coisas do outro lado, assistir de camarote ao que faço para poder melhorar, afastar-me do que tenho, do que sou, para me encontrar de novo.
Às vezes sinto-me longe. Perdida mas no meio de todo o meu mundo, das "minhas" pessoas, das minhas coisas.
Reconheço-me apenas pelo que me rodeia e me faz acreditar que sou mesmo eu.
Preciso de um pouco de espaço, desmarcar tudo e desligar os telefones.
De não ter de avisar que não janto ou onde vou jantar, de não ter de dizer nada sobre nada.
Desaparecer e voltar, só para saber que sou e estou mesmo aqui.
Apetece-me ver as coisas do outro lado, assistir de camarote ao que faço para poder melhorar, afastar-me do que tenho, do que sou, para me encontrar de novo.
Às vezes sinto-me longe. Perdida mas no meio de todo o meu mundo, das "minhas" pessoas, das minhas coisas.
Reconheço-me apenas pelo que me rodeia e me faz acreditar que sou mesmo eu.
Preciso de um pouco de espaço, desmarcar tudo e desligar os telefones.
De não ter de avisar que não janto ou onde vou jantar, de não ter de dizer nada sobre nada.
Desaparecer e voltar, só para saber que sou e estou mesmo aqui.
quarta-feira, 16 de maio de 2007
Ano "quase"
Faço a mala para apagar mais uma vela fora do país. Aumento um dígito no meu contador, e volto à corda bamba. As construções que durante este dígito pareciam edificar-se, voltam a cair por terra. Este ano esteve quase tudo tão perto de acontecer, parecia tudo tão certo.
De um lado ou de outro, um obstáculo, sempre o mesmo, repetido e aumentado. Suficiente para cortar qualquer um dos caminhos.
Muros altos para os quais vou perdendo as forças e as palavras, quando nem resposta tenho, para a questão mais simples: Porquê?
De um lado ou de outro, um obstáculo, sempre o mesmo, repetido e aumentado. Suficiente para cortar qualquer um dos caminhos.
Muros altos para os quais vou perdendo as forças e as palavras, quando nem resposta tenho, para a questão mais simples: Porquê?
sábado, 12 de maio de 2007
Pontualidade
Já te disse quase tudo, e o que não disse, não o direi da mesma maneira. Defendo-me.
Vou guardar para mim e só um dia te mostrar. Quando tu chegares e eu já tiver as malas feitas.
Espero-te mas não me atraso.
Vou guardar para mim e só um dia te mostrar. Quando tu chegares e eu já tiver as malas feitas.
Espero-te mas não me atraso.
domingo, 6 de maio de 2007
Reviver o passado em Viena
Before Sunrise
"Daydream delusion, limousine eyelash
Oh baby with your pretty face
Drop a tear in my wineglass
Look at those big eyes
See what you mean to me
Sweet-cakes and milkshakes
I'm a delusion angel
I'm a fantasy parade
I want you to know what I think
Don't want you to guess anymore
You have no idea where I came from
We have no idea where we're going
Lodged in life
Like branches in a river
Flowing downstream
Caught in the current
I carry you
You'll carry me
That's how it could be
Don't you know me?
Don't you know me by now?"
"Daydream delusion, limousine eyelash
Oh baby with your pretty face
Drop a tear in my wineglass
Look at those big eyes
See what you mean to me
Sweet-cakes and milkshakes
I'm a delusion angel
I'm a fantasy parade
I want you to know what I think
Don't want you to guess anymore
You have no idea where I came from
We have no idea where we're going
Lodged in life
Like branches in a river
Flowing downstream
Caught in the current
I carry you
You'll carry me
That's how it could be
Don't you know me?
Don't you know me by now?"
sábado, 5 de maio de 2007
Música fatela que fala de amor
Tenho saudades do que sentia ao ouvir todas aquelas músicas banais, que na rádio, falavam de amor.
Será que as minhas mãos, sem dono, não terão onde poisar para se sentirem entrelaçadas, para que os meus dedos, esguios, se encaixem nos teus e façam o laço perfeito atrás das minhas costas?
Quero ouvir essas mesmas músicas e sentir-me fora de moda, fora de sítio, mas no lugar certo, no coração de quem me leve a razão, que me tire os pés do chão.
Já não sei amar, mas sei que não custa perceber quando lá se chegou, sei que o estado não revela o tempo nem tudo o que se sonhou pelo caminho.
Sei que amar divide, tanto quanto une. Leva-me, onde já tendo ido, quero sempre voltar, porque sei que esta viagem, embora longa, me traz sempre mais de mim. E principalmente para te dar a ti, espelho do que a minha memória não conseguiu apagar.
Será que as minhas mãos, sem dono, não terão onde poisar para se sentirem entrelaçadas, para que os meus dedos, esguios, se encaixem nos teus e façam o laço perfeito atrás das minhas costas?
Quero ouvir essas mesmas músicas e sentir-me fora de moda, fora de sítio, mas no lugar certo, no coração de quem me leve a razão, que me tire os pés do chão.
Já não sei amar, mas sei que não custa perceber quando lá se chegou, sei que o estado não revela o tempo nem tudo o que se sonhou pelo caminho.
Sei que amar divide, tanto quanto une. Leva-me, onde já tendo ido, quero sempre voltar, porque sei que esta viagem, embora longa, me traz sempre mais de mim. E principalmente para te dar a ti, espelho do que a minha memória não conseguiu apagar.
sexta-feira, 20 de abril de 2007
Há sempre vida a passar lá fora
A minha Lisboa amanhece ao som de autocarros que a cada minuto são mais frequentes. Aqui não consigo ter uma réstia de solidão. Quando rareiam à noite, passa sempre uma voz, uma conversa perdida entre duas portas ímpares.
Não me sinto sozinha, não me sinto abandonada, ainda não tive tempo em que me apeteceu fugir de casa para ver pessoas, só porque sim, porque estava cansada só de mim.
Aprendi a falar sozinha, com os móveis, com a televisão, ou com a roupa. Faço perguntas às quais respondo, num diálogo comigo que não me deixa amolecer por dentro.
Fico quieta, deitada no sofá, mas por dentro continuo a fervilhar de ideias, decisões, combinações e ausências.
Mas é o tempo que me deixa continuar a sonhar e a decidir chegar mais perto, e se não o fizer, nunca o saberei.
Não me sinto sozinha, não me sinto abandonada, ainda não tive tempo em que me apeteceu fugir de casa para ver pessoas, só porque sim, porque estava cansada só de mim.
Aprendi a falar sozinha, com os móveis, com a televisão, ou com a roupa. Faço perguntas às quais respondo, num diálogo comigo que não me deixa amolecer por dentro.
Fico quieta, deitada no sofá, mas por dentro continuo a fervilhar de ideias, decisões, combinações e ausências.
Mas é o tempo que me deixa continuar a sonhar e a decidir chegar mais perto, e se não o fizer, nunca o saberei.
quarta-feira, 11 de abril de 2007
Dancing when the stars go blue
quero dançar contigo
quero virar a banda e a pista nos teus braços
quero encostar-me ao teu pescoço
e pensar que posso lá ficar
quero duas mãos para me agarrar
um sorriso para troçar
uma pisadela para me queixar
um beijo para evitar
quero virar a cara e cantar
quero olhar e ainda estares lá
para te poder fitar
para te poder largar
deixa-me chegar ao pé de ti
deixa-me olhar-te sem ter de fugir
ficar em ti, junto a ti
ficar nos teus braços sem tempo
fechar os olhos e sentir-me no teu peito
perder as forças e ficar no teu abraço
no teu beijo, no teu calor
no teu colo, na tua paz.
quero virar a banda e a pista nos teus braços
quero encostar-me ao teu pescoço
e pensar que posso lá ficar
quero duas mãos para me agarrar
um sorriso para troçar
uma pisadela para me queixar
um beijo para evitar
quero virar a cara e cantar
quero olhar e ainda estares lá
para te poder fitar
para te poder largar
deixa-me chegar ao pé de ti
deixa-me olhar-te sem ter de fugir
ficar em ti, junto a ti
ficar nos teus braços sem tempo
fechar os olhos e sentir-me no teu peito
perder as forças e ficar no teu abraço
no teu beijo, no teu calor
no teu colo, na tua paz.
quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007
Chegar ao nada
O peito do adeus até mais ver
sem hoje, sem amanhã
sem sempre, sem sonhos
sem queixas, sem nada.
sem hoje, sem amanhã
sem sempre, sem sonhos
sem queixas, sem nada.
sábado, 27 de janeiro de 2007
2007 ainda agora começou
Há tanto que um ano novo pode trazer.
Promessas, juras, objectivos, que vamos perdendo à medida que o ano vai deixando de ser novo, quando é só mais um ano.
Como nós, quando vamos deixando de ser novos, quando já somos (tantas vezes) só mais um.
Promessas, juras, objectivos, que vamos perdendo à medida que o ano vai deixando de ser novo, quando é só mais um ano.
Como nós, quando vamos deixando de ser novos, quando já somos (tantas vezes) só mais um.
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