Há pouco mais de dois meses voltei a descobrir A Capital, por um quase acaso, por saber a publicação de um artigo que me dizia respeito.
Ao longo de vários anos desacreditei, descredibilizei, e quase desisti completamente da imprensa escrita. Por insistência, continuei a ler alguns dos generalistas mais vendidos e continuei a constatar o facto inerente a todos eles. O jornalismo de imprensa não tem sido pautado por factos, mas sim por opiniões sobre os mesmos. Dai conseguirmos em poucos artigos de opinião definir a linha política, ou tendencial do jornal na sua totalidade.
Neste últimos dois meses, tenho vindo a acompanhar A Capital diariamente, confesso que apenas na versão online, mas de uma maneira totalmente descomprometida.
Encontrei nela (A Capital) um jornal factual de informação, como aliás, todos o deveriam ser. Mas por outro lado, encontrei um jornal feito, escrito, e dirigido, por pessoas. Pessoas reais, que nas suas crónicas ou artigos (como prefiram chamar) explicitamente e declaradamente de opinião, encontravam o espaço previsto para a transmitir sobre a sua matéria, e não incuti-la numa qualquer notícia abordada pela publicação de que faziam parte.
Tenho a sensação que grande parte de população portuguesa ainda tinha a sensação, ou a idiota ideia, que A Capital, ainda continuava a ser um jornal de notícias de última hora que saía só da parte da tarde, tal como eu tinha até há, mais ou menos, dois meses. Mas não, A Capital cada vez mais se afirmava como uma publicação alternativa, fora do contexto da imprensa escrita actual. Foi esta a sua “falha”. Tentou ser diferente entre iguais, tentou ter uma equipa que se suportava mutuamente, e melhor, até se dava quase como uma família, tentou ter opiniões e artigos de jovens de quem nunca ninguém ouviu falar, mas que o futuro se encarregará de nos voltar a mostrar. Tentou algo que raramente se encontra numa redacção, onde cada um tenta puxar os seus galões e dar a sua mais interventiva “opinião noticial”, onde, por muito que custe acreditar, as opções políticas ou sentimentais, ou o que forem, contam sempre mais que os factos.
Tinha 37 anos e acabou hoje, sem se saber se volta, ou como poderá voltar.
Aos 37 anos ainda se é um jovem. A Capital é jovem, mas era madura e soube acompanhar as mudanças onde o nosso regime, a nossa sociedade e o público se posicionou. A Capital sempre quis ser mais. Ultimamente desejou e lutou ainda mais, quis ser melhor. O mais caricato é que conseguiu e poucos deram por isso, tal como eu.
Hoje acabou e nem (quase) tive tempo de a saborear. Hoje acabou e deixou-nos o testemunho da maior parte dos que para ela contribuíram. Hoje foi o fim, um fim como os outros todos, que implica sempre um outro início, seja ele qual for.
Bem ditos aqueles que contribuem, como todos eles, para que este país seja um pouco mais que opiniões fundamentadas em opiniões formadas de opiniões pensadas de opiniões reflectidas de opiniões.
Bem-haja as ideias e pessoas como vocês.
Ao longo de vários anos desacreditei, descredibilizei, e quase desisti completamente da imprensa escrita. Por insistência, continuei a ler alguns dos generalistas mais vendidos e continuei a constatar o facto inerente a todos eles. O jornalismo de imprensa não tem sido pautado por factos, mas sim por opiniões sobre os mesmos. Dai conseguirmos em poucos artigos de opinião definir a linha política, ou tendencial do jornal na sua totalidade.
Neste últimos dois meses, tenho vindo a acompanhar A Capital diariamente, confesso que apenas na versão online, mas de uma maneira totalmente descomprometida.
Encontrei nela (A Capital) um jornal factual de informação, como aliás, todos o deveriam ser. Mas por outro lado, encontrei um jornal feito, escrito, e dirigido, por pessoas. Pessoas reais, que nas suas crónicas ou artigos (como prefiram chamar) explicitamente e declaradamente de opinião, encontravam o espaço previsto para a transmitir sobre a sua matéria, e não incuti-la numa qualquer notícia abordada pela publicação de que faziam parte.
Tenho a sensação que grande parte de população portuguesa ainda tinha a sensação, ou a idiota ideia, que A Capital, ainda continuava a ser um jornal de notícias de última hora que saía só da parte da tarde, tal como eu tinha até há, mais ou menos, dois meses. Mas não, A Capital cada vez mais se afirmava como uma publicação alternativa, fora do contexto da imprensa escrita actual. Foi esta a sua “falha”. Tentou ser diferente entre iguais, tentou ter uma equipa que se suportava mutuamente, e melhor, até se dava quase como uma família, tentou ter opiniões e artigos de jovens de quem nunca ninguém ouviu falar, mas que o futuro se encarregará de nos voltar a mostrar. Tentou algo que raramente se encontra numa redacção, onde cada um tenta puxar os seus galões e dar a sua mais interventiva “opinião noticial”, onde, por muito que custe acreditar, as opções políticas ou sentimentais, ou o que forem, contam sempre mais que os factos.
Tinha 37 anos e acabou hoje, sem se saber se volta, ou como poderá voltar.
Aos 37 anos ainda se é um jovem. A Capital é jovem, mas era madura e soube acompanhar as mudanças onde o nosso regime, a nossa sociedade e o público se posicionou. A Capital sempre quis ser mais. Ultimamente desejou e lutou ainda mais, quis ser melhor. O mais caricato é que conseguiu e poucos deram por isso, tal como eu.
Hoje acabou e nem (quase) tive tempo de a saborear. Hoje acabou e deixou-nos o testemunho da maior parte dos que para ela contribuíram. Hoje foi o fim, um fim como os outros todos, que implica sempre um outro início, seja ele qual for.
Bem ditos aqueles que contribuem, como todos eles, para que este país seja um pouco mais que opiniões fundamentadas em opiniões formadas de opiniões pensadas de opiniões reflectidas de opiniões.
Bem-haja as ideias e pessoas como vocês.
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