Esta é a qualidade que hoje se emprega sempre que se faz alguma coisinha de jeito nos meios de comunicação ou em forma de comunicação, para ser mais precisa.
A comunicação é feita para funcionar, uma campanha publicitária é criada para funcionar e se isso não acontece, falhou, mesmo que brilhante seja a ideia ou a produção, se a marca não for lembrada, o seu objectivo não foi cumprido.
Já houve imagens que marcaram, cenários, piadas, músicas, slogans, sorrisos, tantas recordações que se mantiveram vivas ao longo de anos e anos. Algumas das marcas ficaram com elas, outras nem por isso.
Este vai ser um dos Verões mais movimentados em Portugal, com eventos de âmbito mundial. Foi criada uma campanha por um dos patrocinadores principais do EURO2004, a fim de promover, não só o próprio do evento, como o espírito e intenções que o público português pretende incutir na sua amada/odiada (depende do dia) selecção.
Trata-se de um incentivo, mas não dos bonzinhos, como era habitual. Um incentivo à séria, exigente, como se pretende que seja uma selecção onde actuam alguns dos melhores jogadores do mundo. E se eles podem ser bons no mundo, também o terão de ser em casa, debaixo do nosso tecto.
Mediante tamanha expectativa, tamanho empenho, quer governamental ou do simples contribuinte que teve de tolerar a construção ou restauro de dez estádios de futebol, para puder ter a competição em casa, temos mesmo de ser exigentes, e queremos sê-lo. Porque queremos mais, sempre mais.
E se a campanha da Galp, com pontos positivos, já era boa, a que se seguiu aliada ao EURO caiu que nem ginjas (se bem que as ginjas nem sempre caem bem). É quase inevitável ficar com a música no ouvido, mais que não seja, parte dela. Não consigo ouvir a dita da música, sem ver uma quantidade que gente com os braços no ar a sorrir. Se tivesse que dar uma cor, obviamente que seria o laranja, porque é a cor que fica, porque também é a cor da Galp, porque tem vida e muita luz, porque está na moda.
Há uma semana atrás, com esta música, consegui pôr mais de 2000 jovens portugueses a cantar e a saltar, dentro de uma discoteca, na costa brava espanhola. Aquilo pega-se. Pega-se e arrepia.
Depois disto consigo perfeitamente imaginar um estádio, qualquer um deles, não importa a cor ou cores, onde milhares e milhares de pessoas estão a entoar esta música. Porque sempre quisemos mais, e não tivemos. Porque o tempo da desgraça e da tragédia já ficou lá atrás e o nosso fado não tem de ser triste e desgraçadinho. Treinem essas gargantas, afinem as vozes e gritem bem alto. Porque continuamos a querer mais, mais e mais, com menos ais...e um dia havemos de ter! Porque não agora?!
Bem-haja.