A minha Lisboa amanhece ao som de autocarros que a cada minuto são mais frequentes. Aqui não consigo ter uma réstia de solidão. Quando rareiam à noite, passa sempre uma voz, uma conversa perdida entre duas portas ímpares.
Não me sinto sozinha, não me sinto abandonada, ainda não tive tempo em que me apeteceu fugir de casa para ver pessoas, só porque sim, porque estava cansada só de mim.
Aprendi a falar sozinha, com os móveis, com a televisão, ou com a roupa. Faço perguntas às quais respondo, num diálogo comigo que não me deixa amolecer por dentro.
Fico quieta, deitada no sofá, mas por dentro continuo a fervilhar de ideias, decisões, combinações e ausências.
Mas é o tempo que me deixa continuar a sonhar e a decidir chegar mais perto, e se não o fizer, nunca o saberei.
sexta-feira, 20 de abril de 2007
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