terça-feira, 29 de novembro de 2005

À procura da certeza

Gostava de saber definir aquilo que sinto. Gostava de perceber o caminho que leva o meu desejo e o meu coração. Não sei da minha vontade, não sei onde pára a minha cabeça. Encontro-a sem querer em ocasiões especiais em que o dever me obriga a isso e logo depois a perco, anda a vaguear entre pensamentos, emoções, palavras e recordações, em que relaciono os “quês” e os “porquês”, os sonhos e as razões que me deixam chegar a este ponto de onde não sei ainda encontrar a saída.
O que eu gostava, o resto do mundo procura incessantemente há Eras. Se percebêssemos sempre o que sentimos, acabariam a maioria das buscas espirituais, as depressões, os delírios eufóricos em que mergulhamos as nossas loucuras. Se tivéssemos certezas de onde elas não podem nascer, se elas por mero acaso existissem algures onde as pudéssemos encontrar, esse lugar estaria sob escuta, sob protecção policial, coberta por um vidro resistente, tal como estão as nossas angústias à espera de as alcançar.

1 comentário:

Ines disse...

(In)Certezas... há uns tempos disseste-me que até as linhas paralelas se podem encontrar no infinito, com as certezas também deve ser assim... Gostei de divagar por -através- (d)estas (in)certezas!
Como sempre, escreves as verdades que nos ecoam no coração de uma forma bestial... tu é que brilhas!
Beijinhos