domingo, 31 de janeiro de 2010

desfocado

Estou farta de sorrisos desfocados, daqueles que não enchem um rosto e muito menos a alma. Quero ter um sorriso de orelha a orelha e que dê pelo menos mais uma volta, daqueles que não desmancham, daqueles que nem damos por eles. Quero um sorriso novo, daqueles sem horas, dos que tiram o sono, dos que limpam a alma e tiram o pó do coração. Quero um sorriso daqueles que se vêem bem mesmo que de longe, dos que não precisam de perguntas e muito menos de respostas, dos que não fogem, dos que não tropeçam. Quero um sorriso que não precise de legendas, que não precise de mostrar os dentes, que dure mais que dois segundos, que não faça género, que não seja um reflexo. Quero um sorriso que esteja ali sem que eu faça nada, sem avisos, sem lembretes, sem agenda. Quero um sorriso que vá para fora de pé, que atenda o telefone, que saiba voar. Quero um sorriso sem neblina, sem vento, com autofocus. 
  

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

facto #6






A paixão já não é a termo incerto, hoje a paixão é a recibo verde com retenção na fonte.
(photo:miss green)

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

detergente

Tenho o quarto desarrumado há mais de 6 dias, tenho a cabeça desarrumada há mais de 6 meses. Em 10 minutos o quarto ficará arrumado (quando um destes dias realmente o fizer), já na cabeça, sei que 10 dias, e se calhar 10 meses, não serão suficientes para arrumar e fechar todas as gavetas. É tudo mais ou menos proporcional, uma questão de peças que ponho para lavar e arrumar, outras que se estragaram e se deitam fora, outras ainda que nunca me serviram. As questões são as mesmas, só muda o detergente.

Lisbon traffic party!!

As luzes de final de tarde de Lisboa dão-me vontade de dançar.
(photo:miss green)

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

on my mind #8

Tenho medo quando, de repente, me lembro que não tenho nada para lembrar

domingo, 17 de janeiro de 2010

começar do 10

As frases de Ano Novo, os desejos de Ano Novo, as promessas de Ano Novo remetem-nos sempre para um novo começo, um reset, uma mudança, para que o ano seguinte, o que está a começar possa trazer um novo fôlego, novas ideias, novos projectos, novas conquistas, novas e mais e melhores concretizações.
Mas para tudo isto não preciso começar do 0 (zero), este ano quero começar do 10, quero começar exactamente do ponto onde deixei o antigo, o 9. E a partir daqui, sim, dar um novo impulso, recomeçar algumas coisas que deixei por acabar, começar novas e melhores, mais lúcidas e mais fortes.
Não quero começar de zero nenhum, não quero voltar atrás em nada e fazer qualquer coisa outra vez, não quero reviver, mesmo que de outra maneira, o que já passou. Quero começar daqui, com tudo o que já vi, já ouvi, já senti, já li e já escrevi. Pego na bagagem toda e ponho-a ao dispor do presente e do futuro, pego na minha história e desenvolvo-a sem os soluços de voltar a zeros que nunca chegam a sê-lo, porque fica sempre alguma coisa por limpar, por engavetar. Se eu levar tudo comigo já não tenho desculpa para não saber, posso apenas nem querer saber disso e ignorar os restos que já não me servem, o restos do que ainda me faz baixar a cabeça. Escolho carregar tudo, mesmo que para isso tenha excesso de bagagem, excesso de palavras, e com o passar dos dias ir arrumando tudo nas devidas gavetas. Quando não se arrumam as sobras do que vamos deixando de viver e sentir, nunca sabemos se estamos livres de voltar a tropeçar nelas.

sábado, 16 de janeiro de 2010

on my mind #7

O não existir em português uma tradução como deve ser para careless, não é sinónimo que não exista em Portugal, antes pelo contrário.