quarta-feira, 30 de setembro de 2009

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

a diferença

A arte é alimentada de criatividade, imaginação e inspiração, que por sua vez são alimentadas de emoção e uma pequena parte de razão. Se assim não for, não é arte, é artesanato. É o que distingue um quadro de Paula Rêgo e uma cadeira de verga, e no entanto, ambas são peças únicas e igualmente feitas à mão.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

a arte

Há quem diga que não está disponível para amar, para gostar, para se entregar. Há quem diga que não consegue fazê-lo, que não encontra ninguém que lhe faça perder as noites e a razão. Há quem pense que já não é possível que o amor ou a paixão lhe surjam na vida porque já viram tudo e já sentiram o que tinham a sentir. Há quem diga que já não precisa de sentir mais nada e que já gastou o que tinha dentro de si. Há quem diga que as emoções são fáceis de controlar, são fáceis de dirigir, de conduzir, de parar, acelerar ou mantê-las em suspenso até que seja mais oportuno. Há quem diga que não precisa de ninguém para que as emoções façam sentido. Há quem diga que entregar-se é gastar demasiado tempo e energia que pode canalizar para coisas mais importantes. Há quem diga simplesmente que não, sem pensar porquê, sem pensar que tudo o que recebe de volta quando deixa, quando se entrega, quando arrisca, é muito mais compensador do que toda a energia que poupa em não o fazer. A energia anímica, o bem-estar, a alegria e principalmente o sorriso, não gastam o tempo de um cigarro e não provocam doenças.

E depois há quem diga que tudo isto é uma arte, a de fugir.

Fugir de si, fugir do que sente e do que pode ter, ser, sentir e sorrir. Fugir de ser muito mais, de estar muito mais, de querer muito mais. Sem perder o que quer que seja. Ao contrário da carteira, nas emoções, é no gastar que está o ganho.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

facto #5




Quando se corre contra o vento não se consegue chorar decentemente.




(photo: ???)

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

aprendi aos bocadinhos

Aprendi que a dor à noite dói mais. Aprendi que os namorados das minhas amigas são muitas vezes para elas o melhor, mas nem sempre o melhor para elas; aprendi a gastar menos tempo em discussões que não levam a lado nenhum; aprendi a fazer hoje o que me apetece fazer hoje e não esperar por um outro dia que seja mais oportuno; aprendi a relativizar a importância dos problemas; aprendi que para conseguir uma carreira é quase sempre preciso uma paragem; aprendi que só o que provoca emoções vale realmente a pena; aprendi que as paixões não se adiam; aprendi que por vezes uma palavra basta para fazer sorrir alguém, e não custa nada; aprendi que o meu telemóvel devia bloquear ao quarto copo de vinho, ou ao terceiro de vodka; aprendi que os animais me ensinam mais sobre o amor que muitas palavras; aprendi que nada é garantido na vida; aprendi que sentada, a vida não vem ter comigo, mas que preciso de me sentar aos poucos para a continuar a viver.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

aqui.

(photos:miss green)
Já aqui estive no dia 2/02/02, lembro-me que estava triste e desmoralizada como não tinha memória de estar. Tinha acabado de perder um trabalho que algumas horas antes me tinham dito que era meu. Enfim, mais tarde revelou-se ter sido uma bênção essa perda, revelou-se uma sorte não ter ganho o lugar.
Hoje, mais de sete anos depois, e embora a minha vida não tenha mudado substancialmente, estive aqui, neste mesmo sítio a 9/09/09.
Pelo meio foram muitas as vezes que aqui estive, ora á procura de respostas, ora á procura de um local onde, com a calma que me transmite, me deixasse questionar. Já aqui vim á procura de nada, apenas de estar comigo. Já aqui vim para chorar. Já aqui trouxe algumas das pessoas mais importantes da minha vida. Já aqui respirei o amor, já aqui beijei a paixão, já aqui abracei a saudade.
E não me cansa, o sítio, a vista incomparável sobre a cidade que de facto amo, a energia, a calma...e por vezes o vento. Descansa-me como se entrasse num mundo paralelo onde não me conseguissem tocar e nada me conseguisse fazer doer. Marca-me sempre vir aqui, marca-me sempre este cheiro, estas cores de Lisboa, este ar. De dia ou de noite, feliz, triste, de sorriso em riste ou no fundo do poço, muitas foram as palavras que levei deste silêncio, desta Paz. A Senhora (do Monte) já fez muito mais por mim do que alguma vez Imaginará. Já me Ouviu, já me Olhou, já me Questionou, já me Respondeu e já me Limpou lágrimas que por vezes pareciam não ter fim. No entanto, sempre o têm, há sempre um fim, que também é um início ou reinício. Um ponto final parágrafo e vira a página, ou apenas uma vírgula.
Tudo aqui, algumas vezes em breves momentos, algumas outras em horas não contadas, mas marcadas pelos sinos das igrejas que não sei distinguir. Só eles dizem que o tempo aqui também passa, porque comigo ele pára e afasta-se da realidade, que recomeça no momento em que a chave do carro roda na ignição e tudo volta ao seu ritmo, ao seu jeito de ser, real e finito como todos os outros tempos, como todas as outras realidades. Aqui.

sou mascarada


Máscaras (ou caraças como hoje me disseram) são na maioria das vezes representativas do Teatro, mas não só. São a representação da nossa própria vida, ora infeliz ou feliz, ora certo ou errado, quente ou frio, bom ou mau...opostos, os pontos de referência que temos de ter para conseguirmos dar valor e aproveitarmos o que temos e o que somos. Por vezes é nas grandes diferenças que reside a proximidade. As máscaras defendem-nos, protegem-nos, tanto quanto nos escondem, mas não apagam o que está por trás delas próprias:a nossa essência, o nosso Ser, neste palco q é a VIDA!
(photos:miss green)