sexta-feira, 25 de maio de 2007

Às vezes (não ) o amor

Às vezes apetece-me desistir. Desistir de algumas pessoas que já não encaixam no meu caminho, desistir de alguns objectivos que teimo alcançar, desistir de ser eu por uns tempos, pôr o meu lugar à disposição e ficar só do outro lado a ver. Ser mais severa, menos próxima das pessoas, mais fria, não correr atrás das emoções, como quase sempre faço.
Apetece-me ver as coisas do outro lado, assistir de camarote ao que faço para poder melhorar, afastar-me do que tenho, do que sou, para me encontrar de novo.
Às vezes sinto-me longe. Perdida mas no meio de todo o meu mundo, das "minhas" pessoas, das minhas coisas.
Reconheço-me apenas pelo que me rodeia e me faz acreditar que sou mesmo eu.
Preciso de um pouco de espaço, desmarcar tudo e desligar os telefones.
De não ter de avisar que não janto ou onde vou jantar, de não ter de dizer nada sobre nada.
Desaparecer e voltar, só para saber que sou e estou mesmo aqui.

quarta-feira, 16 de maio de 2007

Ano "quase"

Faço a mala para apagar mais uma vela fora do país. Aumento um dígito no meu contador, e volto à corda bamba. As construções que durante este dígito pareciam edificar-se, voltam a cair por terra. Este ano esteve quase tudo tão perto de acontecer, parecia tudo tão certo.
De um lado ou de outro, um obstáculo, sempre o mesmo, repetido e aumentado. Suficiente para cortar qualquer um dos caminhos.
Muros altos para os quais vou perdendo as forças e as palavras, quando nem resposta tenho, para a questão mais simples: Porquê?

sábado, 12 de maio de 2007

Pontualidade

Já te disse quase tudo, e o que não disse, não o direi da mesma maneira. Defendo-me.
Vou guardar para mim e só um dia te mostrar. Quando tu chegares e eu já tiver as malas feitas.
Espero-te mas não me atraso.

domingo, 6 de maio de 2007

Reviver o passado em Viena

Before Sunrise

"Daydream delusion, limousine eyelash
Oh baby with your pretty face
Drop a tear in my wineglass
Look at those big eyes
See what you mean to me
Sweet-cakes and milkshakes
I'm a delusion angel
I'm a fantasy parade
I want you to know what I think
Don't want you to guess anymore
You have no idea where I came from
We have no idea where we're going
Lodged in life
Like branches in a river
Flowing downstream
Caught in the current
I carry you
You'll carry me
That's how it could be
Don't you know me?
Don't you know me by now?"

sábado, 5 de maio de 2007

Música fatela que fala de amor

Tenho saudades do que sentia ao ouvir todas aquelas músicas banais, que na rádio, falavam de amor.
Será que as minhas mãos, sem dono, não terão onde poisar para se sentirem entrelaçadas, para que os meus dedos, esguios, se encaixem nos teus e façam o laço perfeito atrás das minhas costas?
Quero ouvir essas mesmas músicas e sentir-me fora de moda, fora de sítio, mas no lugar certo, no coração de quem me leve a razão, que me tire os pés do chão.
Já não sei amar, mas sei que não custa perceber quando lá se chegou, sei que o estado não revela o tempo nem tudo o que se sonhou pelo caminho.
Sei que amar divide, tanto quanto une. Leva-me, onde já tendo ido, quero sempre voltar, porque sei que esta viagem, embora longa, me traz sempre mais de mim. E principalmente para te dar a ti, espelho do que a minha memória não conseguiu apagar.