quarta-feira, 21 de junho de 2006

Aqui de fresco

À minha porta todos os carros passam depressa demais. Quando aqui vão a passar parecem todos lembrar-se que deixaram o arroz ao lume. Não passa mais nada por aqui, não se ouve mais nada aqui. Só ouço as minhas ideias e os meus sonhos a cuscuvilharem o meu tempo. Estão em guerra!

quarta-feira, 14 de junho de 2006

Temos Mundial, só não temos futebol!

Por esta altura já devemos conhecer pelo menos metade da comunidade portuguesa residente na Alemanha. Proprietários de cafés, restaurantes, hotéis, bancas de sardinha e/ou febra, vendedores ambulantes. Com a quantidade de entrevistas a que temos assistido, já se "varreram" pelo menos as cidades e arredores, por onde a equipa portuguesa pôs o pé. Assistimos a resumos de todos os jogos, resumos com os lances mais importantes, resumos dos resumos, resumos só com golos, resumos dos treinos, conferências de imprensa de jogadores e respectiva equipa técnica, entradas e saídas de hotéis e estádios, entrevistas a jogadores, a treinadores, a preparadores físicos, a técnicos de equipamento (ficámos mesmo a saber os tamanhos que veste cada um dos jogadores, informação sem qual não teríamos dormido), a jornalistas portugueses e estrangeiros, a pessoas do público, a seguranças, a gerentes de hotéis, a jardineiros, etc, etc, etc... E tudo isto à volta do Mundial de Futebol 2006, sim, de futebol, a única coisa que nos tem faltado ver...Futebol.
Bem-haja os canais abertos que não "conseguiram" investir no evento desportivo com maior audiência do mundo.

quarta-feira, 7 de junho de 2006

Desamor?!

Amores que pairam no ar, amores que nunca chegam a existir porque nunca chega a hora e o momento certo, porque ainda não é agora, porque não pode ser já. E o tempo não espera, não contempla desculpas ou atrasos.
Amores que nos deixam de rastos num dia e no dia seguinte parece que nada aconteceu, sem nunca perderem a força. Um amor que é verdadeiro nunca nos dói até ao dia em que nos deixa. Antes tudo parece perfeito, tudo parece bater certo e fazer sentido. Não há exactidões nem palavras com sentido, há lugares, há sons que despertam a memória, o olhar, todos os sentidos.
Gostava de te ter no meu olhar, ou num dos meus sentidos, fosse ele qual fosse.
Amores que se atravessam, amores que nunca o chegam a ser porque não têm espaço para existirem, nem tempo, nem ordem, nem donos. Amores que não pedem licença, não têm direito nem memória. Num olhar perdem todos os adereços, todos os enfeites, todas as defesas de que se muniram para lutar contra o objecto de seu desfavor, o seu eterno orgulho, o seu amor.